sábado, 23 de agosto de 2008

Conhecimento Acumulado

Ao longo do semestre estudamos a evolução e a mudança de nomenclatura do ensino das artes, farei agora uma síntese de todo o conhecimento acumulado ao longo desse período. Nosso objeto de estudo foi o Ensino das Artes Visuais, principalmente na infância.

Divididos em grupos, pesquisamos sobre a infância em determinada época. Descobrimos, assim, que esta variava muito desde os jesuítas ao tempo atual. Sobre a década de 50, podemos afirmar que foi uma época que contemplou uma infância feliz, cheia de brincadeiras – barra bandeira, dança de roda, jogo com pedrinhas – e liberdade. Nas aulas de arte, a criança era orientada sobre o que ia desenhar, mas da forma que quisesse, depois tinha que criar uma história sobre o desenho. Ou seja, mesmo sendo um ensino orientado, não excluía o processo criativo do aluno. Além de que, ao longo das aulas, essa criança ia ganhando mais liberdade, produzindo o que quisesse – normalmente, representava seu cotidiano, coisas presentes no seu dia a dia –, já sem orientação sobre o que desenhar.

Depois dessa pesquisa, fomos questionados sobre a diferença entre professor de educação artística e arte-educador. Conclui que a diferença é que o primeiro é polivalente, multifuncional, porém ensina o básico de várias coisas. Já o segundo é especializado em uma área, sabe praticamente tudo sobre uma vertente da arte. A idéia dos dois tipos de profissionais sobre o que é arte também difere muito. O professor de educação artística concebe a arte como um dom, já o arte-educador entende arte como um estudo e exercício contínuo, valorizando todo tipo de aluno, dos que tem mais habilidade aos que tem menos.

Após o estudo desses conceitos preliminares, passamos ao estudo da arte em suas variadas nomenclaturas.

A primeira foi chamada de Movimento Educação pela Arte, defendida e “pregada”, principalmente, por Herbert Read e Viktor Lowenfeld. Nesse movimento, era defendido o não uso de formas pré-prontas no ensino; o conhecimento dos artistas, por parte do aluno, para então formar seu senso crítico; acreditava-se que a arte era expressão de sentimento e que tinha certa função terapêutica.

A segunda fase estudada foi a chamada Escolinha de Arte do Brasil. Com foco nas diversas formas de arte, tinha como base de inspiração as teorias do filósofo de teórico da arte Hebert Read, fundamentadas na sua obra: Education Through Art, 1943. A escolinha procurou difundir a arte através do Jornal Arte & Educação, além de procurar desenvolver materiais específicos para essa área de ensino.

Depois estudamos sobre as Artes Industriais, que tomaram cara de ensino profissionalizante, o ensino do desenho foi direcionado ao projeto. Essa nova vertente da arte era direcionada à classe mais desfavorecida da população, com objetivo de obter, futuramente, mão-de-obra barata, porém especializada. Para os teóricos dessa época, o bom professor era aquele que oferecia ao estudante a “oportunidade de resolver seus próprios problemas relacionados com o planejamento e a execução de projetos de artes industriais. [...] É talvez mais importante, do ponto de vista do ensino, que a criança seja mais capaz de planejar corretamente seu projeto do que mesmo executá-lo com perfeição” (WILBER, 1966, p. 21).

E, por fim, mas não menos importante estudamos os Trabalhos Manuais e as Artes Aplicadas. Essa outra fase do ensino das artes, trás como objetivo a criação e confecção de objetos para uso cotidiano, remetendo um pouco à áreas como design, arquitetura, decoração. Inserida no contexto do art nouveau, essa etapa da arte tratou de integrar arte e lógica industrial. Na década de 20, as artes aplicadas foram englobadas pelo estilo art deco, que caminha perto da art nouveau, porém com linhas retas e estilizadas e formas abstratas. A fase de Trabalhos Manuais e Artes Aplicadas se parece muito com a de Artes Industriais, porém com formas mais abstratas, peças mais “exclusivas” e voltada ao uso cotidiano, sempre.



Thaís Behar

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