quarta-feira, 13 de agosto de 2008

VIVENCIANDO A ARTE COM CRIANÇAS AUTISTAS



Sabemos que a partir da "Declaração de Salamanca de 1994", a inclusão escolar de crianças com necessidades especiais no ensino regular tomou conta dos debates sobre a política educacional. Percebemos que é fácil chegarmos a conclusão que a implantação da educação inclusiva tem encontrado limites e dificuldades. O difícil é afirmar um caminho que solucione algumas dificuldades, mas eles (os caminhos) existem.

É nesse contexto que atualmente, desenvolvo trabalho de arte-educadora em uma escola pública com crianças autistas, vivenciando artes.
Como? O quê? Para quê? Não se têm respostas exatas para essas indagações, mas provavelmente este seja um dos caminhos... investigação, pesquisa e desafio.
Diria que meu primeiro contato com essas crianças na chamada "sala de recursos", traduziria-se em: Reaprender a "Ver a vida com os olhos de criança", literalmente.


A VIVÊNCIA...

Os nossos encontros são sempre em horário fixo e individual, procuro recebe-los com música ambiente, percebo que reagem a ela com movimentos.
A tentativa de uma aproximação se deu através dos objetos que procura pegar ou trazem consigo como: blocos lógicos, jogos de encaixes, almofadas..na tentativa de um começo.
Em um dos atendimentos, introduzi a "bola de sopro" na cor azul, brincando com a mesma, liguei o Dvd contendo imagens de crianças cantando e brincando com bolas de sopro, o que fez com que ele parasse e olhasse através do espelho, comecei a levantar a bola com as mãos e a conduzir para ele, que reagiu de forma espontânea passando a bola para mim, começamos a travar um diálogo "silencioso" por meio dessa bola que nos conduziu a interação, ora com as mãos, ora com os pés deitados no tapete.
Os atendimentos seguiram , nos quais continuei com a cor azul, desta com tinta guache e gizão de cera também azul, mostrando o azul da sua bermuda, dos objetos que tinha em mãos, da almofada.
Logo após um certo tempo, nos conduzimos até a mesa com os materiais: gizão de cera, tinta guache, pincel chato e folhas de papel oficio. Traços, foram surgindo, através de sons, da letra"x", que sempre gosta, pedi que me mostrasse a cor azul entre os outros lápis de cor, ele não só me mostrou como disse as outras cores.






Atividade desenvolvida (gizão de cera e tinta guache s/ papel)
Nota-se a presença da letra "x" e a incial do seu nome "V"
Criança autista -7 anos



Atividade usando gizão de cera e tinta guache s/ papel


A partir de cada encontro, faço um diário do aluno, apontando as reações ou não, interesses...dificuldades. Está sendo desafiador tentar fazer parte desse universo ainda não explorado totalmente, hoje busco pesquisar mais sobre o tema que abrange aspectos da arte e do autista. Encontrei um estudo de caso que aborda as "ARTES VISUAIS E O CONHECIMENTO SENSÍVEL DO AUTISTA" , achei interessante e quero partilhar com vocês. Está em PDF!

Walquíria Marcelino de Araújo.



Fonte para pesquisa:

http://proxy.furb.br/tede/tde_arquivos/4/TDE-2007-12-18T134413Z-348/Publico/Diss%20Mirian%20Jane%20Medeiros%20Placido.pdf

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