terça-feira, 12 de agosto de 2008

Movimento Escolinha de Artes


A concepção de Arte, da Escolinha, estava fundamentada no processo e na expressão, compreendida como dado subjetivo e individual, portanto, incorporava a idéia de “livre expressão”, com forte influência dos paradigmas da Arte moderna e das disciplinas do começo do século XX: a psicologia, a psicanálise, a antropologia e as teorias da criatividade.
As premissas modernistas eram: a criatividade como a criação do novo, com ênfase na originalidade, na fluência, e a iniciativa do aluno.
De acordo com Saviani, compreende-se que a Escola Nova:
[...] tenha deslocado o eixo da questão pedagógica do intelecto para o sentimento; do aspecto lógico para o psicológico; dos conteúdos cognitivos para os métodos ou processos pedagógicos; do professor para o aluno; do esforço para o interesse; da disciplina para a espontaneidade; do diretivismo para o não-diretivismo; da quantidade para a qualidade; de uma pedagogia de inspiração filosófica centrada na ciência da lógica para uma pedagogia deinspiração experimental, baseada, principalmente, nas contribuições da biologia e da psicologia. Em suma, trata-se de uma teoria pedagógica que considera que o importante não é aprender, mas aprender a aprender
No entanto, tais “deslocamentos” causaram uma polarização e a busca exagerada da criatividade levou inúmeros professores a desvios de toda ordem, como por exemplo, “deixando” a criança fazer Arte, sem nenhum tipo de intervenção, com atividades inócuas e sem objetivos específicos. Ora, deixar o aluno entregue a si mesmo, significa, de fato, endossar as desigualdades sociais significa: abandoná-lo às suas próprias possibilidades do momento (PORCHER, 1982, p. 22). Assim, para liberar a criança, não basta confiar inteiramente nela, é preciso também dar-lhe os meios para a realização dessa liberdade. Sem o domínio desses meios, a pretensa liberdade não acontece afinal esta nunca é independente da posição social do aluno, na sociedade. Conseqüentemente, a escola não desempenha mais o seu papel de instancia privilegiadora de acesso aos conhecimentos e instrumentos de autonomia.

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