Conversando com Miguel
Miguel pessoal foi um amiguinho durante muitos anos da minha irmã mais velha antes de eu nascer; ela me falou que era sozinha e as vezes conversava com Miguel um amiguinho da sua imaginação. Quando ela foi embora me deu o Miguel como amigo. Eu fui um pouco descuidada com Miguel, não dei a ela a atenção que ela dava, talvés por eu não me sentir tão só quanto ela.
Psiu! Miguel! Estás no silêncio?
Desculpas, por não te dar atenção, mas quero falar-te, dialogar um pouco, não por me sentir sozinha mas pela necessidade de falar, de passar meus conhecimentos, trocar ideias. Convido você a fazer uma viagem ao passado, topas? Sim vamos. Então aperte os cinto que vamos voar, vamos fazer uma retrospectiva com destino aos anos da colonização do nosso Brasil, quando os Jesuítas chegaram aqui e começaram a catequizar o nosso povo as nossas crianças.
Você sabia que a educação aqui começou com os Jesuítas? Só que a educação na época era para as elites!
E os pobre? Miguel você já viu pobre ter vez - Pobres-Índios-pra que estudar!
Esses estudavam com limites só para servir; os jesuítas educavam dentro da religião, até fizeram uma hierarquia, dividindo a infância da seguinte maneira.
- Infância Dourada ( para os nobres )
- Infância de Prata ( para a formação dos padres, classe média )
- Infância pobre e indígena: ( a esses eram dados uma formação profissional nas artes e ofícios).
Agora Miguel vamos mais além, vamos ao século XIX.
As crianças dessa época tinham uma educação a moda francesa, elas já poderiam olhar para frente, diferente da criança na educação Jesuíta que olhavam para o céu.
Nesse período só a classe média sabia ler e escrever, e era destinado para servir ao governante.
A criança desse século XIX era confundida com adulto, suas imagens em pesquisa eram sempre com um semblante preocupado.
Miguel, o professor Erinaldo mandou que fizéssemos uma sondagem sobre o que sabíamos a respeito do ensino das artes visuais. Você sabe alguma coisa?, Vou te falar sobre: artes visuais estar relacionada a tudo que vemos, tudo que nos cerca, o mundo em si, as imagens, esculturas, desenhos, pinturas, televisão, vídeo, informática, tudo que envolve o mundo moderno e contemporâneo. Falei o que sabia e li o que as colegas escreveram, enriquecendo mais os meus conhecimentos, essa troca é muito legal, vá aprendendo tudo que estou te falando, esse mundo das artes é fascinante. Depois fomos induzidos a fazer uma pesquisa; Toda turma foi dividida em grupos, cada grupo ficou de pesquisar sobre um determinado ano. Eu a Riso e o Beto ficamos com a infância dos anos 60. Foi muito interessante.
Os anos 60 foi o período da ditadura, não poderíamos nunca falar o que realmente sentíamos, nem tão pouco se expressar livremente, me lembro muito bem eu era pequena e essa época estudava em um colégio de freira, éramos enquadradas nas regras, kkkk logo eu que nunca gostei de regime a ser seguido, mas sobrevivi, era pequena ainda sabia calar.
Em seguida o professor falou sobre a educação pela arte.
A importância que a arte tem em nossas vidas e como ela viabiliza o saber, sensibilizando o aluno e instigando esses a ser criativo e crítico dentro de seu meio. A arte é uma forte aliada para a educação.
Pesquisamos sobre dois estudiosos da educação.
- Herbert Read (o qual defendia a formação universal de sujeitos auto-expressivos, felizes e pacíficos) e Viktos Lowenfild (que valorizava o processo da criança, enquanto pensamento, percepção e reações ao ambiente, buscando a formação de sujeitos com imaginação criadora, explorando a capacidade do aluno.
Depois de toda essa movimentação, reformas na educação, buscando caminhos, surgiu um movimento aqui no Brasil, liderado por Augusto Rodrigues. A escolinha de arte no Brasil, que teve início no Rio de Janeiro depois se propagou por outras cidades Brasileiras inclusive no Recife e em João Pessoa. Agora a criança já tinha a liberdade de se expressar livremente e de trabalhar, desenhando o que lhe interessava e que para ele tinha significado. O professor só entrava em cena quando o aluno lhe pedia auxilio, ai sim ele orientava.
Agora vou te explicar Miguel o que é Arte Educação e Educação Artística.
Olha, isso foi questionado para que toda a turma desse sua opinião a respeito. A Educação Artística o professor trabalhava com a polivalência e superficial, os conteúdos eram ministrados sem muito aprofundamento, já o Arte educador trabalha sua área especifica, formando o aluno em um ser crítico e consciente. Os conteúdos são contextualizados, visualizados procurando chegar num fazer mais consciente.
Miguel você gosta de desenhar? Eu só falo e não lhe dou a chance de você dizer o que gosta, mas vai chegar sua vez.
Adoro desenhar, vamos falar um pouco sobre Arte Industrial.
Era ensinado desenho mas não era esperado que surgissem grandes artistas, mas sim operários mecânicos, capazes de ler os signos mais importantes para o exercício de suas funçôes, capazes de compreender os signos do desenho e traduzir objetos úteis a sociedade.
Agora formavam alunos de nível técnico para trabalhar nas indústrias. O aluno preparado com o desenho técnico para produzir para o consumidor e o produtor, determinando a oferta e a procura nas indústrias do gosto. (Barbosa, 1882:07).
Saímos agora para as Artes Aplicadas ( para o lar)
Essa arte aplicada diferenciava o fazer entre meninos e meninas assim.
- Os meninos ( Trabalhos manuais) Era ensinado técnicas do desenho.
- As meninas (Aulas de economia doméstica).
Agora Miguel, depois dessa nossa viagem por todo o processo da educação infantil, desde os Jesuítas até a década de oitenta, você jamais será o mesmo. Espero que você tenha gostado e aprendido com todo esse conhecimento que te passei. Aprender é sempre bom e desculpe-me pelos 40 anos de silêncio, desde que minha irmã se foi e deixou você como meu amigo.
Fizemos uma viagem , espero que a primeira de muitas. Essa viagem foi ao passado que um dia foi presente e que jamais será futuro. E o pior é que eu amanhã, aliás nos num futuro próximo também seremos passado, só espero que lembrado.
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