domingo, 15 de junho de 2008

O que penso sobre o ensino das Artes Visuais e o que eu sei sobre a História do Ensino das Artes Visuais

1. O que penso sobre o ensino das Artes Visuais.

Creio que este ramo pedagógico reveste-se de uma significativa importância na formação sócio-histórica das pessoas, contribuindo intensamente para o fortalecimento do processo fomentador da criatividade, da capacidade de formulação crítica e auto-crítica, visão de mundo em amplitude, enquanto fatores de fundamental complementariedade, com que se constrói a verdadeira cidadania. Creio que este ensino, a começar pela capacitação das crianças, pode e deve servir, de modo efetivo, para a democratização das expressões mais legítimas e autônomas das comunidades locais ou regionais, que, no seu conjunto, devem conformar os elementos básicos da soberania nacional, em necessário e salutar confronto com as pressões padronizadoras da forte globalização socioeconomica e política dos dias atuais.

No entanto, pelo menos em termos de Brasil, entendo que este quadro ideal ainda está longe de ser atingido. Sei, por exemplo, que o sistema educacional, ainda em grande parte, concebe a arte-educação apenas com uma mera atividade, sem que se atente para a necessidade da vinculação deste ensino a uma visão social e histórica, partindo-se do entendimento de que uma nova pedagogia se faz necessária. Afinal, conforme afirmam vários pesquisadores da área, tanto no ensino fundamental e médio, como também no próprio ensino superior de nosso país, continuam a persistir as tendências tradicionais no ensino da arte. Ainda há muita alienação, em termos de entendimento do contexto histórico e social, por parte de grande número de professores de arte, não apenas na rede oficial de ensino mas também no setor privado.

2. O que sei sobre a história do ensino das Artes Visuais.

Antes de mais nada, devo dizer que compreendo que quanto maior for o conhecimento da história do ensino das artes visuais pelos professores da área, maior será a efetividade de uma ação revolucionária ou transformadora na chamada arte-educação. Isso porque num país que se afirma em desenvolvimento, mas que ostenta ainda fortes aspectos de subdesenvolvimento, haja vista suas enormes desigualdades socioeconômicas e políticas, com uma enorme concentração de renda (não obstante os pequenos avanços de transferência de status social decorrente das políticas públicas distributivistas do atual governo), faz-se fundamental uma análise histórica de todo o seu processo de transformação educacional.

O estudo histórico das tendências pedagógicas no país, desde os jesuítas, passando pelas pedagogias de caráter liberal dos séculos XVIII e XIX nos moldes tradicional, progressista, renovador e tecnicista, até a pedagogia progressista, no meu entender, pode propiciar uma visão política importante, e mesmo fundamental, de suas práticas, para que os professores de arte possam compreender mais conscientemente e com maior comprometimento pedagógico, no sentido de uma transformação permanente do seu trabalho, reduzindo-se o nível de alienação atualmente observado, com o que se poderá revolucionar o ensino e aprendizagem da arte no Brasil.

Um abraço do colega
Martinho Campos

Um comentário:

http://www.ensinandoartesvisuais.blogspot.com/ disse...

Parabéns, Martinho. Venceu o desafio de postar no blog. Ficou muito legal!!!

Abraços,

Erinaldo