terça-feira, 17 de junho de 2008

O que penso sobre o ensino das artes visuais e o que sei sobre sua história.


Essas reflexões sobre o ensino da arte são muito recentes em minha vida, portanto, tenho muito a aprender sobre o assunto. No entanto, como apaixonada pela pintura e tendo como experiência de ensino de arte apenas um trabalho voluntário ministrando várias oficinas de pintura para jovens menos favorecidos, considero o ensino da arte fundamental na educação.
Penso que é fundamental no ensino da arte o conhecimento e a vivência, experimentar fazer, levar o jovem a familiarizar-se com as diversas linguagens artísticas; levá-lo à fruição estética, ou seja, a aprender a apreciar, o que amplia seu horizonte cultural, aguça a sua sensibilidade, humaniza-o e, sobretudo, permite ao jovem o acesso a bens culturais aos quais tem direito como cidadão.
A arte não pode ser um patrimônio de poucos, não pode ser elitista, daí a importância do ensino da arte na escola para democratizá-la. Gostaria muito de fazer a minha parte para que isso seja possível: arte para todos.
O ensino da arte não deve ser confundido com o ensino de técnicas, mas deve visar a uma compreensão histórico-cultural do fenômeno artístico. Aprender, portanto, não só a apreciar, mas a respeitar e valorizar a diversidade cultural, sabendo contextualizar.
Sobre a história do ensino das artes visuais, meu conhecimento ainda é muito incipiente. Estou começando a construí-lo a partir das aulas do curso e de pesquisas.
O que sei é que, no Brasil, o ensino das artes, em certo período, privilegiou a técnica e a habilidade. Com a implantação da Academia Imperial de Belas Artes e com a vinda da missão artística francesa, que trouxe grandes nomes da Europa na área de artes, havia uma divisão do ensino em Artes Mecânicas (para o povo); e Belas Artes (para a elite). Essa divisão social, bastante acentuada no séc. XIX, persiste até hoje de outras formas.
No fim do séc. XIX e começo do séc. XX, com o início da industrialização, o ensino da arte recebeu a denominação de Ensino do Desenho. A concepção de ensino, nesse período, era inspirada nos princípios positivistas e liberais, com o objetivo de desenvolver o raciocínio, a técnica e a ciência, preparando o aluno para o trabalho.
No período da Escola Nova, a criança não era mais considerada um adulto em miniatura, passando a ser valorizada em seu próprio contexto e a arte passa a ser compreendida como expressão e criatividade.
Posteriormente, na fase da disciplina Educação Artística, a partir de 1971, o ensino da arte na escola é concebido como atividade. A partir da formulação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), em 1997 e 1998, são feitas reflexões sobre a função da arte na educação e são propostos novos paradigmas: produzir, apreciar e contextualizar a arte. A proposta contemporânea para o ensino da arte envolve, portanto, a criação (o fazer artístico); a leitura da obra de arte e a contextualização.

VERA LUNA

3 comentários:

envolvartes disse...

Vera, confirmo o que você escreveu. Também acredito na possibilidade de uma arte para todos! Viver a arte está me permitindo rever os meus conceitos, rever a minha vida. É bom termos tempo para olharmos para dentro de nós mesmos, de ver o mundo com outros olhos - agora, olhos mais atentos, quem sabe até mais sensíveis. A cada aula eu me apaixono mais por esse novo mundo - o mundo das artes!

Um grande abraço!
Sandra Valéria

Unknown disse...

Excelente reflexão, Vera!

Parabéns!!!

A foto ficou ótima também!


Carlos Nazareno

Ensinando Artes Visuais disse...

Gostei muito do texto e da participaçao dos colegas. Parabéns, Vera!!!

Abraços,

Erinaldo